Diálogo

Ontem eu e o Jay conversamos muito, um papo como a muito tempo a gente não tinha. Sem rodeios, direto sincero. O tempo passou rápido quando assustamos já era quase duas e meia da manhã. Há alguns meses o Jay tá vivendo duas experiências que tem causado nele um certo medo, inseguraça e desconforto. A primeira dessas, é um problema de saúde que o surpreendeu no final de julho e a mim também claro. Mas ele é forte, é guerreiro, já venceu tantas batalhas e essa ele vai vencer também, aliás ele bem sabe que já está vencendo e muito bem, com larga vantagem. A segunda, é emocional-afetiva. Uma companheira de trabalho, nova no departamento deles, se apaixonou por ele. Como não está escrito na testa dele sua orientação sexual. A situação tem se tornado meio díficil. Sob pressão pra tomar uma decisão sem gerar constrangimentos, vejo que ele tem andado confuso e perdido. E eu até ontem estive me comportando meio que imaturamente, e de certa forma inconscientemente pressionando.
Acho que me sentia, mesmo com toda fidelidade do Jay, meio que ameaçado e no direito de competir com a garota. Nosso diálogo ontem me esclareceu muita coisa. Me deixou mais seguro e de certa formou creio que ajudou o Jay também.
Depois que deitamos, eu ainda fiquei fritando os miolos por um longo tempo. Mas consegui sintetizar nosso diálogo mais ou menos.
E quero partilhar com vocês e com o Jay também. Enfim. Acredito que qualquer traço de competição destrói uma relação amorosa e a prática do diálogo, principalmente se essa competição é desnecessária. Por causa dessa situação envolvendo uma terceira pessoa, nosso diálogo começou a ficar vago, e evazivo. Esquivar-se e deixar pra depois estava sendo a estratégia mais fácil para o Jay. Mas ontem ele conseguiu compreender ou se rendeu ao que ele já sabe. A atitude apropriada ao diálogo é a colaboração. Esta é a postura que tem como certo o compromisso de um parceiro com o outro, no amor; a disposição para carregar os fardos um do outro e para compartilhar as alegrias de cada um. De certa forma, e simbolicamente, perdemos dois “EUS” para nos tornarmos somente um “NÓS”. Podemos lutar juntos contra os desafios da vida. Algumas vezes vamos ganhar, outras vamos perder, mas estaremos juntos. Jay, essa sensação de “JUNTIDADE” me saltou aos olhos ontem. Acredito que é exatamente isso que pode ser a consciência mais agradável e reconfortante que teremos ao estarmos “juntos”. É a alegria de alcançar algo juntos através da colaboração e da unidade.
Jay, você sabe tanto quanto eu, que a auto-estima e a auto-celebração daquilo que a gente é, é o começo do amor verdadeiro e a plenitude da vida. Sabendo disso, nós as alcançaremos juntos. Você olhará nos meus olhos e verá neles a maior razão para a celebração do seu “EU” e nos seus olhos, eu verei minha beleza e meu valor refletidos. Quero ser o primeiro convidado para celebrar sua vida com você. E você será sempre o meu primeiro convidado. Quero reafirmar que sem sua presença essa festa de celebração de minha vida jamais poderia acontecer. Jay, onde existe essa cumplicidade toda, onde existe tamanha unidade, a borboleta da felicidade não deve andar longe.

Ps. Jay estou partilhando aqui no blog o que me deixou inquiento nas poucas horas de sono que tive. Mas foi lindo e muito gostoso ficar pensando e revendo tudo o que conversamos. Te peço perdão por de alguma forma ter te pressionado a decidir a situação com sua amiga de trabalho. Eu entendi bem tudo o que eu escrevi aqui. Você saberá bem como resolver tudo. “Não tenha medo, eu estou sempre do seu lado”.

Ps². Eu sei que não devia ter um post antes de domingo, eu sei. Mas regras são feitas pra serem quebradas. Sorry. Mas eu tinha que partilhar isso aqui com você e com nossos amigos.
Bju meu.

Alê, In love.