domingo, 3 de maio de 2009

Minha História Partes 3 e 4

Parte 3 - A SAIDA DE CASA

Sexta-feira a tarde. Arrumei minhas coisas numa mochila. De manhã antes de meu irmão ir para o trabalho despedi dele com um abraço e ele passou a mão na minha cabeça. Éramos e somos bons amigos. Não vi o papai que já havia ido trabalhar. Fui até uma lojinha onde minha irmã trabalhava e dei um beijo nela e ela me disse se cuida e... juízo junior!
As três da tarde era hora de sair. Fiquei no quarto, respeirei fundo senti o cheiro de tudo, de minha cama, de minha toalha da semana. Abracei o travesseiro de meu irmão, olhei pros lados e saí, fui até a cozinha e disse: “to indo mãe ( lágrimas ) e ela respondeu: vai com Deus! Eu queria, apesar de tudo abraçá-la. Mas ela nem se virou pra mim.” Fazia três semanas que ela me ignorava, que não me abraçava, que não me tocava. Me afastei engasgado, triste, agoniado e com o coração em pedaços. Eu sabia que estava indo embora, que se tudo desse certo eu não voltaria naquela casa por um longo tempo. O que aconteceria comigo? Onde eu estaria indo parar? O que aconteceria com minha família? Tudo isso se passou em minha cabeça de menino de 15 anos.
Mas eu tinha um propósito. Já tinha chegado até ali, eu iria agora até onde desse. Eu estava decidido a provar pra minha mãe que eu era homem o suficiente e que se ainda não fosse eu seria. E fui andando. Minha mãe ainda iria se orgulhar de mim ( e isso aconteceu ). Tomei o ônibus pro centro de Brasília onde o Breno estaria me esperando. E nessa hora tive medo dele não estar lá.

Parte 4 - UM VERDADEIRO ANJO EM MINHA VIDA

Cheguei ao centro de Brasília era mais de quatro horas da tarde naquela sexta-feira entristecida. O dia já se acabava e muito sombrio.
O Breno me esperava, ele me abraçou como sempre fazia, com carinho e ternura. Me levou pra lanchar e daí a pouco fomos pro lago norte. Já era cinco e meia quando tocamos a campainha do terceiro andar de um prédio qualquer, eles eram todos iguais pra mim. Em instantes a porta se abriu. Um rapaz bonito abriu a porta. Mas ká entre nós, ele era muito gay (srsrsrrsrsrs). Tipo assim seus jeitos e trejeitos davam na cara. Totalmente diferente de mim e do Breno. Mas ele foi muito educado e atencioso comigo, disse que me ajudaria e que faria de tudo para corrigir aquela injustiça. E que se dependesse dele, ninguém mais iria me ferir.
Ficamos os três conversando por um longo tempo, ele nos ofereceu sorvete. E aí o Claúdio, esse era o nome dele, me perguntou: como um rapaz lindo como você pode ser gay? Eu logo disse e vc? Ele riu e disse: entendo. E eu completei: sabe eu apenas gosto de homem e novamente ele riu e dessa vez o Breno também só que junto o Breno me deu um selinho. E quais são os planos do homenzinho que gosta de homem? Ele perguntou. Eu fiquei mudo, não sabia, não tinha. Tudo que eu precisava era ter saído de casa. Então respondi: nao sei ao certo, mas preciso ficar um longo tempo longe de casa e da minha família, até que eu seja homem o suficiente, eu completei. E o Claúdio perguntou como assim? Foi longa a conversa para explicar toda a história.
Nessa noite o Breno dormiu comigo. Dormimos juntos, mas nada rolou, eu estava muito tenso e morto por dentro. Depois do banho, quando me deitei ao lado do Breno, eu chorei e ele foi super carinhoso comigo...
Parte 5 - A continuar

Nenhum comentário: